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Chefe da Interpol evita falar sobre alertas vermelhos da Turquia

Chefe da Interpol evita falar sobre alertas vermelhos da Turquia
setembro 01
16:05 2025

O Secretário-Geral da INTERPOL, Valdecy Urquiza, recusou-se a comentar as alegações de que a Turquia usa os alertas da organização para perseguir opositores políticos, ao ser questionado por um jornalista turco na abertura da 27ª Conferência Regional Africana da INTERPOL na quarta-feira, informou o Turkish Minute.

Urquiza disse que a INTERPOL possui salvaguardas “completas e sólidas” para prevenir o uso indevido de seus bancos de dados e ferramentas e afirmou que o tópico não estava na pauta da reunião.

O jornalista Türkmen Terzi disse que autoridades turcas afirmam ter enviado milhares de nomes à INTERPOL e que os sistemas da organização estavam sendo usados para visar opositores políticos, pedindo um comentário do secretário-geral sobre o assunto. Urquiza respondeu que as salvaguardas da INTERPOL existem para manter as ferramentas alinhadas com sua missão e mencionou os mecanismos que analisam as solicitações, sem aceitar mais perguntas sobre a alegação.

As regras da INTERPOL proíbem casos de natureza política. O Artigo 3º da constituição da organização proíbe qualquer atividade de caráter político, militar, religioso ou racial. Os Alertas Vermelhos e as difusões estão sujeitos a verificações de conformidade pela Força-Tarefa de Notificações e Difusões da INTERPOL, e os indivíduos podem contestar os dados perante a Comissão para o Controle dos Arquivos da Interpol.

A pergunta surgiu enquanto a África do Sul sedia a reunião regional de três dias na Cidade do Cabo, que foca na cooperação contra o crime organizado. Autoridades sul-africanas informaram que mais de 200 líderes policiais estão participando.

O governo da Turquia declarou que pediu à INTERPOL a circulação de milhares de alertas relacionados a membros do movimento Gülen, inspirado pelo falecido clérigo muçulmano Fethullah Gülen, a quem Ancara culpa por uma tentativa de golpe fracassada em 2016. Gülen e o movimento negaram qualquer envolvimento no golpe.

O Ministro da Justiça, Yılmaz Tunç, disse em julho que a Turquia solicitou 3.579 Alertas Vermelhos e apresentou 2.364 pedidos de extradição desde 2016, com poucos resultando em extradições formais. A INTERPOL não confirma nem nega publicamente os pedidos de notificação individuais.

Grupos de direitos humanos e parlamentares na Europa e no Reino Unido acusaram vários governos, incluindo a Turquia, de abusar do sistema de notificações da INTERPOL para visar exilados e críticos. Um relatório do Comitê Conjunto de Direitos Humanos do Parlamento do Reino Unido citou evidências de que China, Rússia e Turquia estão entre os que mais abusam do sistema de notificações.

Um Alerta Vermelho solicita que as polícias de todo o mundo localizem e prendam provisoriamente uma pessoa para fins de extradição. Não é um mandado de prisão internacional, e os estados-membros decidem se agirão com base nele, de acordo com suas próprias leis. A INTERPOL afirma que bloqueia solicitações que violem o Artigo 3º.

A Conferência Regional Africana ocorre de 27 a 29 de agosto no Century City Conference Centre, na Cidade do Cabo. Autoridades sul-africanas dizem que a pauta inclui tráfico de drogas, cibercrime e outras ameaças transfronteiriças.

Fonte: INTERPOL chief declines to discuss question on Turkey’s abuse of Red Notices at South Africa meeting – Stockholm Center for Freedom

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