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Sem convite do BRICS para Turquia enquanto ministro culpa postura ‘islamofóbica’ da UE pelas negociações paralisadas

Sem convite do BRICS para Turquia enquanto ministro culpa postura ‘islamofóbica’ da UE pelas negociações paralisadas
fevereiro 28
00:40 2025

O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse na segunda-feira que a Turquia não recebeu um convite para se juntar ao bloco de economias emergentes BRICS, enquanto acusava a União Europeia de adotar uma abordagem “islamofóbica” que paralisou a longa tentativa de adesão de Ancara, informou a agência de notícias estatal Anadolu.

Falando em uma coletiva de imprensa conjunta em Ancara com o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, Fidan abordou a política externa em evolução da Turquia e suas alianças globais.

Ele confirmou que o BRICS — composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia, Indonésia e Emirados Árabes Unidos — suspendeu a admissão de novos membros.

“Estamos acompanhando de perto o BRICS e demonstramos claramente nosso interesse. No entanto, pelo que entendemos, o BRICS suspendeu atualmente a admissão de novos membros como parte de sua consolidação institucional. Não recebemos uma oferta de adesão, então, por enquanto, continuaremos observando os desenvolvimentos”, disse Fidan.

Até o último mês, o BRICS representava aproximadamente 54,6% da população mundial e respondia por cerca de 42,2% do PIB global. O bloco está se expandindo, com nove parceiros adicionais — Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão — no caminho para a adesão plena.

Apesar de ser visto no Ocidente como um contrapeso à OTAN, da qual a Turquia é membro, Fidan elogiou o BRICS por sua inclusividade, contrastando-o com o que descreveu como a exclusividade da UE.

“Ao contrário da União Europeia, o BRICS tem uma composição notavelmente inclusiva. Ele reúne países de todas as cores, religiões, culturas e civilizações — muçulmanos, cristãos, hindus, budistas; negros, brancos — criando uma plataforma que abraça a diversidade. Espero que isso leve a uma abordagem econômica que seja tanto institucionalizada quanto inclusiva”, disse ele.

Fidan também argumentou que a longa tentativa de adesão da Turquia à UE foi prejudicada pela relutância em aceitar um grande país de maioria muçulmana.

“Ninguém diz isso abertamente, mas essa é a realidade”, afirmou.

A jornada da Turquia para a adesão à UE começou em 1963 com a assinatura do Acordo de Ancara, estabelecendo uma associação com a Comunidade Econômica Europeia. Essa relação se aprofundou em 1995 com um acordo de união aduaneira, permitindo o comércio livre de tarifas, mas ficando aquém da adesão plena. A Turquia recebeu o status oficial de candidata à UE em 1999, e as negociações de adesão começaram em 2005.

No entanto, as conversas paralisaram devido a preocupações com direitos humanos, governança democrática e a disputa não resolvida de Chipre. As tensões aumentaram após uma tentativa de golpe em 2016 na Turquia, seguida por repressões políticas que levantaram preocupações nas capitais europeias. Fidan agora atribui parcialmente as negociações congeladas à política de identidade na UE.

Apesar desses desafios, a Turquia permanece formalmente uma candidata à adesão à UE.

Fonte: No BRICS invitation for Turkey as FM blames EU’s ‘Islamophobic’ stance for frozen talks – Turkish Minute

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