PACE afirma que detenção do prefeito de Istambul tem motivação política e pede sua libertação
O Bureau da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) pediu nesta quarta-feira a libertação imediata do prefeito de Istambul, Ekrem İmamoğlu, condenando sua detenção como uma medida politicamente motivada para suprimir a oposição na Turquia às vésperas das eleições presidenciais de 2028, informou o Turkish Minute.
O bureau, responsável por supervisionar os trabalhos da assembleia e coordenar sua agenda, emitiu um comunicado na terça-feira após uma reunião em Estrasburgo, expressando “grande preocupação” com a prisão de İmamoğlu. A ação ocorre dias antes de ele ser oficialmente anunciado como candidato do Partido Republicano do Povo (CHP), principal partido de oposição, à presidência.
O órgão também criticou a decisão da Universidade de Istambul de cassar o diploma de İmamoğlu, o que, pela lei turca, o impede de concorrer à presidência.
“Essas detenções recentes parecem ter motivação política e contrariam a vontade do povo, que elegeu democraticamente o Sr. İmamoğlu e outros políticos detidos”, diz o texto. O comunicado alertou que as ações da Turquia visam intimidar a oposição e limitar as escolhas dos eleitores.
A detenção de İmamoğlu faz parte de uma investigação mais ampla que já levou à prisão de dezenas de políticos, jornalistas e empresários, gerando preocupações sobre um retrocesso democrático no país.
O bureau reiterou críticas anteriores da PACE à Turquia, citando a Resolução 2459 (2022), que advertia que Ancara não estava cumprindo seus compromissos com o Conselho da Europa.
O comunicado também pediu que a Universidade de Istambul reverta a decisão sobre o diploma de İmamoğlu e exigiu que as autoridades turcas retirassem todas as acusações infundadas contra ele e outros políticos detidos. Apesar de reconhecer o recente papel diplomático da Turquia em apoiar a soberania e integridade territorial da Ucrânia, o bureau destacou que princípios democráticos básicos precisam ser respeitados.
Diante dos recentes acontecimentos, o bureau afirmou que a PACE intensificará o monitoramento sobre a Turquia, com os co-relatores Stefan Schennach e Lord David Blencathra, além da Relatora Geral sobre Prisioneiros Políticos, Azadeh Rojhan, liderando análises mais detalhadas das ações políticas e judiciais do país.
