Ex-Militar ferido em explosão de fábrica morre
Um ex-oficial militar turco que foi demitido por decreto de emergência após uma tentativa de golpe de 2016 morreu devido a ferimentos sofridos em uma explosão no local de trabalho, chamando atenção renovada para o impacto de longo prazo dos expurgos abrangentes do governo, informou o Centro de Estocolmo pela Liberdade, citando o site de notícias TR724.
Yusuf Çetin, 38 anos, foi gravemente queimado em uma explosão em uma oficina no oeste da Turquia em 23 de maio. Ele morreu no domingo à noite no Hospital Estadual de İzmir após duas semanas em estado crítico. Seu funeral foi realizado na segunda-feira no distrito de Demirci, na província de Manisa.
Çetin, que deixa esposa e um filho de 5 anos, estava trabalhando na Tinturaria Aksoy quando uma máquina de tingimento apresentou defeito, liberando vapor escaldante. Ele e um colega de trabalho, Yücel Demirel, foram hospitalizados com queimaduras de primeiro e segundo grau.
Çetin estava entre dezenas de milhares de militares, professores, juízes e outros servidores públicos que foram demitidos sem julgamento sob decretos de emergência após o golpe fracassado de julho de 2016.
Após o golpe abortivo, o governo turco declarou estado de emergência e realizou um expurgo massivo das instituições estatais sob o pretexto de uma luta anti-golpe. Mais de 130.000 servidores públicos, incluindo 4.156 juízes e promotores, e mais de 24.000 membros das forças armadas foram sumariamente removidos de seus empregos por suposta participação ou relacionamentos com “organizações terroristas” através de decretos-lei de emergência não sujeitos a escrutínio judicial nem parlamentar.
Críticos dizem que os expurgos deixaram muitos desempregados, socialmente marginalizados e impedidos de reintegração significativa na sociedade. Organizações de direitos humanos documentaram dificuldades econômicas e psicológicas generalizadas entre os demitidos, observando que muitos enfrentam restrições de viagem, bancárias e de emprego. Com poucos recursos legais disponíveis, alguns recorreram ao trabalho informal ou perigoso para sustentar suas famílias.
