Em uma ação legal póstuma chocante e de motivação politica, a Turquia emitiu um mandado de prisão para um crítico falecido do presidente Recep Tayyip Erdogan, enquanto mantinha dezenas de mandados anteriores contra ele ativos. Essa medida sem precedentes marca uma nova fase perturbadora na extrema politização do sistema judiciário turco, onde até os mortos não estão isentos do abuso de poder do Estado.
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A Turquia está entre os 10 países que tiveram a queda mais acentuada nas liberdades na última década, de acordo com o relatório “Freedom in the World 2025”, publicado pela Freedom House na quarta-feira.
Presos na região noroeste de Marmara, na Turquia, sofreram alegados maus-tratos, superlotação severa e negligência médica em 2024, de acordo com um novo relatório publicado na quarta-feira pela filial em Istambul da Associação de Direitos Humanos (İHD).
O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse na segunda-feira que a Turquia não recebeu um convite para se juntar ao bloco de economias emergentes BRICS, enquanto acusava a União Europeia de adotar uma abordagem “islamofóbica” que paralisou a longa tentativa de adesão de Ancara, informou a agência de notícias estatal Anadolu.
A administração do presidente dos EUA, Donald Trump, está realizando uma revisão da presença militar americana em Alexandroupolis, na Grécia, localizada perto da fronteira do país com a Turquia, e pode fechá-la como parte de uma mudança em sua política em relação à Ucrânia e à Rússia, segundo um relatório publicado por um jornal grego.
O Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas emitiu uma opinião contundente sobre a prisão do ex-comandante da Força Aérea da Turquia, general Akın Öztürk, declarando sua detenção ilegal e sem suspeitas razoáveis. Um oficial militar altamente condecorado, Öztürk foi comandante da Força Aérea Turca de 2013 a 2015 e posteriormente nomeado para o Conselho Consultivo Militar Superior. Ele foi acusado de ser a principal figura por trás da tentativa de golpe de 15 de julho de 2016.
O governo islâmico do presidente Recep Tayyip Erdogan tem tentado há algum tempo obter dados cruciais sobre seus críticos e opositores nos EUA explorando mecanismos judiciais nos tribunais distritais americanos. Além disso, continua a assediar dissidentes com processos judiciais frívolos para fins políticos.
Quase 650.000 pessoas ainda vivem em cidades de contêineres dois anos após fortes terremotos atingirem 11 províncias no sul e sudeste da Turquia em 6 de fevereiro de 2023, de acordo com dados da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências (AFAD), relatou o Turkish Minute.
A Turquia tem experimentado um notável ressurgimento da tortura e dos maus-tratos a pessoas sob custódia desde a tentativa de golpe em julho de 2016. A falta de condenação por parte de autoridades superiores e a prontidão em encobrir as alegações, em vez de investigá-las, resultaram em impunidade generalizada para as forças de segurança.
Ahmed al-Sharaa, o novo presidente da Síria, afirmou em uma entrevista à The Economist que seu governo convenceu a Turquia a adiar uma operação militar em larga escala contra as forças curdas no nordeste do país para possibilitar negociações, embora tenha expressado pouco otimismo quanto à concretização de um acordo.
O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier fará uma visita a Ancara na quarta-feira, a última parada de sua turnê de três dias pelo Oriente Médio, de acordo com a mídia turca e alemã.
A Turquia e o Catar, aliados regionais próximos com apoio mútuo ao Hamas e à Irmandade Muçulmana, entraram em conflito devido ao envolvimento da QatarEnergy em um acordo de exploração de hidrocarbonetos na costa de Chipre — iniciativa que a Turquia considera ilegal.
A Turquia concedeu um grande projeto de satélite a uma empresa espacial recém-criada ligada ao genro do presidente Recep Tayyip Erdoğan, ignorando instituições estatais e licitação competitiva, segundo fontes anônimas dentro da empresa Baykar que falaram com o jornalista investigativo Cevheri Güven.
As tensões entre a Turquia e os Estados Unidos continuam a ferver sobre o status das Forças Democráticas Sírias (FDS) na nova fase de transição do país. Enquanto Ancara reiterou sua disposição para considerar ações militares, se necessário, o senador americano Marco Rubio, durante sua audiência de confirmação no Senado para o cargo de secretário de Estado em 15 de janeiro, expressou apoio inabalável às forças curdas na Síria, destacando a profunda divisão entre os dois aliados da OTAN.
Um ambicioso projeto de lei de cibersegurança recentemente introduzido no Parlamento turco provocou reações duras, com críticos levantando alarmes sobre potenciais ameaças aos direitos humanos e liberdades individuais. Embora o projeto vise fortalecer as defesas da nação contra ameaças cibernéticas crescentes, suas disposições geraram preocupação sobre vigilância, privacidade de dados e a concentração de autoridade em instituições governamentais.
Um triste balanço de desastres, que ceifaram 54.780 vidas na Turquia nas últimas duas décadas sob o governo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), incluindo o recente incêndio fatal no Hotel Grand Kartal, revela um padrão de negligência governamental, afirmam críticos, segundo o jornal Cumhuriyet.